Acho que todos devemos ter o direito de escolher fazer ou não fazer algo. Bill Watterson escolheu parar de desenhar as tirinhas do Calvin e eu respeito isso. Acredito que não é porque a pessoa tem um determinado talento que ela deva usá-lo por toda vida. Todos deveriam ter a escolha de fazer ou não fazer. Eu, por exemplo, tenho talento nato para pesca de tubarões em mar aberto, mas prefiro fazer quadrinhos.
26 de julho de 2011
Eu fico triste por não existir material novo do Calvin, mas acho nobre e coerente o motivo pelo qual o Watterson parou de desenhar. Ele sempre teve um visão muito artística do seu trabalho, sempre querendo inovar e fazer diferente, e quando viu que não dava mais, que dali pra frente seria só repetição, decidiu parar. Quando vejo as tiras nova do Hagar e do Recruta Zero (que são desenhadas pelos filhos dos autores originais, numa atitude completamente caça-níquel) penso como seria bom se essas tiras tivessem parado de ser feitas a 15, 20 anos atrás…
26 de julho de 2011
Grande, Rodrigo! Os contratos dos Syndicates são demoníacos, o autor acaba virando uma engrenagem a serviço do mal. Bill Watterson deve ter se irritado com isso. Não tenho nada contra personagem virar brinquedo, acho bobagem pensar que isso deixa a obra original vazia. Mas a questão central da relação Syndicate e Autor é o grande poder que a empresa acaba tendo sobre a obra. Isso que é o problema. O grande legado das webcomics é justamente o contrário: o autor tem controle total sobre a obra e a forma de veiculação e comercialização. Eu não gosto de propagandas nos sites, logo me recuso a ter meus trabalhos com banners e addsense pendurados. Em contrapartida, sonho em ter algum dia bonecos e mesmo camisetas com meus personagens. Acredito que se o Calvin tivesse nascido como uma webcomic, talvez existisse até hoje (o que seria muito bom pra nós leitores, hehe)!