Eu sou do tempo das revistas que publicavam links. Isso mesmo: uma revista apenas com links divididos por categorias de interesse. Nada de Google, tudo ali no bom e velho papel (isso em 1996/7). Talvez por isso ainda acho importante manter no site um local dedicado aos links. Ali há algumas figuras carimbadas, famosos dentro ou fora de rede, mas também algumas feras ainda pouco conhecidas. Fica a dica!
Autor: Leonardo Pascoal
Ser pequeno também é ser grande
Fiquei quase 3 anos tentando fazer um álbum em quadrinhos. Começava e parava. Fazia o roteiro, estudos de personagens, desenhava algumas páginas e acabava abandonando o projeto.
Algumas vezes a desculpa era porque o desenho não estava bom, outras porque o roteiro estava ruim. Aos poucos, percebi que o real motivo era porque não tinha o tempo, a vontade e nem a energia necessária para fazer um bom livro em quadrinhos. No momento em que cheguei a essa conclusão, pensei que era a hora de aposentar meus pincéis.
Nesse período, fiquei algum tempo sem desenhar. Mas percebi que minha vontade de contar minhas histórias toscas persistia. Pra mim é muito gratificante brincar com os personanges, criar seus mundos, suas histórias. Vi que era necessário insistir. Mas agora fazendo quadrinhos de uma forma que fosse viável conciliar com meu tempo curto: fazendo tirinhas.
Acho que desistir de um projeto que não deu certo faz parte do jogo e não é vergonha pra ninguém. Mudar o foco também pode ser uma alternativa viável em momentos de crise. Ficar em cima do muro é que não leva a nada. (o gif animado é do filme Napoleon Dynamite e veio daqui)
Leituras: Fracasso de Público
Quando mostrei o primeiro número do Fracasso de Público para um amigo quadrinista, ouvi um cometário preconceituoso: “Puxa! Mas esse cara desenha muito mal, por que você está lendo essa merda?”. Realmente, os desenhos não são grande coisa. Mas os diálogos são ótimos!
Podcast Café com HQ
Escuto alguns podcasts regularmente. É uma das poucas coisas que ainda faço, além de comer e dormir. Acabo de descobri (via site do Leonardo Maciel) um podcast sobre webomics, o Café com HQ. Fica a dica!
Os anos passam
Cara, estou chegando perto dos 30. Isso é assustador. Ainda tenho viva a imagem de quando estava prestes a começar o ensino médio, parece até que foi ontem, mas foi há 15 anos! Se minha percepção de tempo se manter na mesma velocidade, amanhã terei 45 e na sexta-feira já estarei aposentado. O único fato que me consola é que a alternativa ao envelhecimento não é nada agradável. Em outras palavras, antes ficar mais velho que morrer jovem.
Uma idéia
Quero experimentar fazer as tiras com enredo. Mais ou menos como arcos narrativos: pegar um tema e seguir ele durante um tempo, desenvolvendo uma pequena trama se possível. Acho que é um bom desafio: não é impossível de ser feito, mas traz uma motivação a mais. O resultado pode ser interessante.
Duas por semana
Semana passada fiz 4 tiras em 4 dias. Na sexta-feira estava exausto e não consegui desenhar (talvez se não tivesse que ter um trabalho formal e apenas desenhasse as tiras a situação não fosse a mesma, mas vamos lidar com a realidade). Por isso, pelo menos por hora, vou reduzir as publicações para 2 tiras semanais. Com esse ritmo mais realista vou conseguir fazer meu estoque de tiras (o que vai permitir ter alguns dias de folga ou ousar em roteiros e formatos mais complexos). Também vou poder fazer algum tipo de atividade física: estou chegando aos 30 e a gravidade tem mostrado seu poder.
Você não precisa
Ninguém precisa fazer quadrinhos. Sério: se dedicar a uma atividade exaustiva e sem perspectivas concretas de carreira é desnecessário. Você gosta de desenhar? Seja ilustrador. Apesar de igualmente exigente e ter um mercado restrito, é concreto a perspectiva de se ter uma carreira (eu sei disso, eu já fui ilustrador). Como ilustrador, basta insisitir, evoluir e aprender. Já como quadrinista, você sempre terá que se sustentar com outro tipo de trabalho, ou então entrar na roda da indústria, sendo apenas um parafuso na engrenagem. Embora realmente acredite nisso eu continuo fazendo quadrinhos. Não por masoquismo. Continuo porque é muito bom! Continuo porque é muito bom viver alguns momentos imerso na realidade dos personagens. Talvez seja mais por isso: acho que as fagulhas de imersão nas histórias são como droga pesada. Com o tempo você acaba viciando. Só resta alimentar o vício.
Cartunistas depressivos
Crumb? Kaz? Angeli? Scott Adams? Sou melhor que esses caras, diz minha mãe. Só gostaria de acreditar nela e espantar toda insegurança. Para tanto entrei na ACDA (Associação dos Cartunistas Depressivos Anônimos) e estou seguindo os 12 passos. Este post é um deles.
Revista Kamikaze
Uma galera legal tem feito uma revista digital classuda, a Kamikaze. Já tinha visto o primeiro número há quase 1 ano e agora acabo de saber pelo Matheus Aguiar (que é mais um desses caras que você vê o trampo e sente inveja) que saiu o segundo número. Quem tá de bobeira passa lá no site da revista e “pegue” a sua.