Café edição terror e voltando a trabalhar no roteiro da HQ longa

As imagens deste post são do quadrinho chamado Harpa, que estará na próxima edição da revista Café Espacial.

Foi uma experiência muito boa fazer essa pequena história. Pois me tirou de um trabalho longo e me fez lembrar o quanto o formato curto é, de fato, onde consigo me expressar com mais vigor.

O resultado ficou interessante. Mas fiquei na dúvida se a história que elaborei realmente estaria dentro do gênero terror. Embora tenha tripas, sangue e um ser místico, eu acabo chegando em algo mais pessoal e, em grande parte, reflexivo.

Deixei o julgamento para os editores. E Sergio Chaves e Lídia Basoli entenderam que coube dentro do gênero. É o bastante pra mim.

Quanto ao projeto longo, voltei a trabalhar nele.

Descobri que o roteiro tem problemas. Problemas me fizeram questionar o projeto como um todo. E, de certa forma, percebi que estava fugindo do embate. Com medo de falhar, eu procrastinava.

Sentei finalmente e encarei o abismo.

Tenho 20 páginas quase prontas no desenho. E um roteiro cheio de nós e as pontas soltas.

Pensei em voltar atrás. Abandonar o desafio de trabalhar em uma narrativa um pouco maior. Voltar a fazer histórias curtas. Desistir.

Mas ao olhar novamente para essas páginas prontas. Ler as ideias e devaneios espalhados pelos arquivos de texto aqui em meu computador “da prancheta”. Rever os rascunhos e anotações que que enchem um caderno. Tudo isso me fez acreditar que há de fato uma história neste material que precisa ser contada.

Lembrei da história do menino peixe que está aqui no site e que, apesar de gostar do resultado, eu nunca fiquei satisfeito com o final. Na seleção dos quadrinhos que entraram na edição do Deslocados, eu olhava para essa história e pensava: eu preciso reescrever o final.

E depois de um certo esforço, o final óbvio e necessário apareceu como que por mágica. E a versão final da HQ ganhou forma e hoje está no meu primeiro livro impresso.

Lembrar disso me fez ter certeza de que o que preciso fazer é insistir. Pois nada de fato nasce pronto e perfeito. Tudo que vale a pena demanda trabalho e dedicação.

Em tempo: a revista Café Espacial que está em pré-venda neste momento. Se você quiser garantir um exemplar com desconto é só clicar neste link.

Mas não é tão simples quanto parece

Continuando o post anterior, não é tão simples proteger suas artes das IAs.

Embora asar o Nightshade seja relativamente simples, o processo em si é bastante demorado. Foram mais de 30 minutos rodando a ferramenta para processar essas duas pequenas imagens:

Talez, com o tempo, o processo seja abreviado.

Rede social anti IA

Descobri essa semana que existe uma rede social voltada aos artistas com regras claras anti IA. Trata-se do “Cara”.

Essa nova plataforma tem ganhado muitos novos usuários após a Meta, empresa dona do Instagram e Facebook, divulgar que está usando as imagens postadas por seus usuários para treinar suas próprias IAs.

Já participei de várias redes sociais, elas vem e vão. E é exatamente por isso que mantenho meu site pessoal em um domínio próprio há tanto tempo. Porque aqui, faça chuva ou faça sol, quem dita as regras acaba sendo eu mesmo e minhas limitações. (Embora saiba que as novas gerações não conseguem sair dos apps e das redes sociais, o que acaba limitando bastante o alcance de um site pessoal).

De qualquer forma, fiz minha conta no Cara. Se quiser conhecer e me acompanhar por lá, entra aqui.

Nightshade e uma pequena esperança contra as IAs

A internet se tornou um local hostil para os artistas. Postar seus trabalhos na rede significa alimentar o banco de dados de IAs geridas por mega corporações.

Sempre fui entusiasta das webcomics. Leio e publico online há muito tempo. E já cheguei a pensar que o impresso poderia estar com os dias contados.

Mas hoje tenho dúvidas se ainda é uma boa opção publicar quadrinhos na internet.

Estou testando a ferramenta Nightshade, desenvolvida para “envenenar” as IAs que tentarem assimilar a imagem que for tratada com esse filtro.

É uma pequena esperança para tentar a continuar usando a rede para publicar meus quadrinhos.

A outra alternativa é publicar somente da maneira tradicional. Papel e tinta.

Eventos e sobre definir metas

Coloquei na barra lateral uma agenda com as datas das minhas participações em eventos e feiras de quadrinhos. Tenho presença confirmada em pelo menos 3 que irão acontecer agora no segundo semestre de 2024 (JundComics, HQ Fest Indaiatuba e Gibi SP Festival).

Acho importante estar presente nesses espaços, como forma de mostrar o trabalho e de certa forma formar um público. Embora meu foco neste ano não tem sido os eventos, e sim a produção.

E falando da produção: estou sentindo a necessidade de produzir mais em menos tempo.

Esta semana experimentei estabelecer uma meta diária a ser alcançada. Uma meta forte, de forma a criar uma pressão interna que me obriga a sentar na mesa e só desenhar.

Percebi que minha mente é muito hábil em desviar o foco. Uma meta clara me ajudou a manter o foco. Quero continuar fazendo isso, dobrando a aposta e seguir nesse ritmo.

Tenho trabalhado numa história curta. (Os quadrinhos abaixo são dessa história que estou terminando. Ainda não sei quando vou postar ela aqui no site se ela for aprovada para entrar numa revista, vou manter ela inédita aqui até o lançamento da revista).

Percebi que estava levando muito tempo para desenhar essa história curta. Mais que o normal. Quando defini um prazo e uma quantidade de trabalho a ser feito por dia, o processo mudou completamente.

Também percebi que estabelecer um cronograma a ser cumprido acaba nos obrigando a sair da zona de conforto. Nos estimulando a sermos criativos nas maneiras como lidamos com o tempo dedicado aos nossos projetos artísticos.

E você? Consegue trabalhar bem definindo metas?

Resenha: ‘Deslocados por Páginas Amarelas HQs’

Por Paginasamarelashqs (28 de abr 24)

Um rapaz que não sai de casa desde os 5 anos, um espelho misterioso que parece refletir outra dimensão e uma garota que possui, literalmente, pés de galinha. Essas são algumas das histórias exploradas por Leonardo Pascoal em Deslocados, seu primeiro álbum em quadrinhos.

Publicados originalmente no site inteligivel.com — e com duas indicações ao Troféu HQMIX —, os quadrinhos ganham agora uma versão definitiva.

Adentre nesse mundo de realismo fantástico criado por uma mente observadora e inquieta. Em meio a narrativas kafkianas e inigualáveis, você vai encontrar histórias de pessoas comuns, tais quais eu e você, que vivenciam momentos decisivos, engraçados, reflexivos ou de horror, com visões e experiências insólitas.

Fonte: https://www.instagram.com/reel/C6UhPXxvv3E/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

Direto da prancheta

Estou trabalhando nessa HQ que será minha primeira história um pouco maior. A princípio algo como 60 páginas (podendo variar para mais ou menos a depender do meu fôlego e dos caminhos que posso tomar em determinado ponto do enredo).

Talvez as histórias curtas sejam meu formato ideal e não vou abandoná-las. Já tenho alguns roteiros prontos e é provável que vou intercalar períodos de trabalho nessa história maior e nas curtas.

De qualquer forma, é muito bom se desafiar às vezes.

Posso quebrar a cara (e não seria a primeira vez), mas quero pelo menos tentar.

Sinto que é essencial nas artes e na vida estar sempre experimentando algum caminho diferente ou uma nova perspectiva. Nos faz sentir vivos esses desafios.

Vez ou outra pretendo colocar algo do processo aqui. Um abraço!

‘O mundo de realismo fantástico da HQ Deslocados’

Por Nanu Blog (28 fev de 24)

Conheça Deslocados, de Leonardo Pascoal. Quadrinhos com narrativas kafkianas e inigualáveis que traduzem a vida cotidiana.

Um rapaz que não sai de casa desde os 5 anos, um espelho misterioso que parece refletir outra dimensão e uma garota que possui, literalmente, pés de galinha. Essas são algumas das histórias exploradas por Leonardo Pascoal em Deslocados, seu primeiro álbum em quadrinhos.

Publicados originalmente no site inteligivel.com, e com duas indicações ao Troféu HQMIX, os quadrinhos ganharam uma versão definitiva em uma belíssima publicação do selo Café espacial. Conheça esse mundo de realismo fantástico criado por uma mente observadora e inquieta. Em meio a narrativas kafkianas e inigualáveis, você vai encontrar histórias de pessoas comuns, tais quais eu e você, que vivenciam momentos decisivos, engraçados, reflexivos ou de horror, com visões e experiências insólitas.

Por aqui já falamos bastante sobre a Café Espacial, um projeto editorial independente de arte e cultura criado em 2007 pelo editor Sergio Chaves e pela jornalista Lídia Basoli. Foi responsável por inúmeras publicações como Roubadas de Um Jardim, livro de poesias visuais de J. Cortinove, Toscomics, de Samanta Flôor, e Entressafra, de Eder S. Rodrigues e Allan Ledo (Sobre a qual já falamos aqui), todas pela série Café Espacial Apresenta. Porém o carro chefe do selo é a revista Café Especial, publicação referência na cena de quadrinhos autorais, tendo recebido mais de 140 colaboradores nacionais e internacionais, entre quadrinistas, ilustradores, escritores, fotógrafos e jornalistas.

Fonte: https://nanu.blog.br/deslocados/

Escritor e quadrinista: você deveria fazer histórias curtas

Eu acredito que o formato de narrativas breves é muito poderoso, por vários aspéctos. Um deles é que racionalmente é a melhor forma de começar a escrever ou desenhar.

Isso porque no início você não tem experiência e conhecimento suficiente para conseguir terminar um trabalho maior, que depende de mais fôlego.

Mas há mais vantagens que elenco logo abaixo e no vídeo que fiz para o meu humilde canal no youtube.

O vídeo foi mais ou menos como um teste. Não pretendo me dedicar muito à plataforma de vídeos. A ideia era experimentar como eu me sairia falando para uma câmera.

Ainda não sei avaliar se a experiência foi legal ou não. É bem provável que não vou insistir nesse formato de vídeo. Embora ainda quero voltar a fazer vídeos do processo de desenho. Estes sim, acho que são mais interessantes de compartilhar.

Bom, vamos ao momento de vergonha alheia:


E aqui o resumo do que tentei falar sobre as vantagens de se começar fazendo narrativas breves:

  • Começo gradual;
    • como uma escadinha, coloque mais um degrau à medida que for se acostumando (Ex. 1 página, 2 páginas, etc)
  • Espaço para experimentar;
    • a cada nova história, você pode mudar de caminho, experimentar;
  • Você vai aprendendo aos poucos;
    • a cada nova história, a chance de consertar o que não deu certo. SIGA EM FRENTE!
  • No final de um período você terá material para fazer um livro;
    • Ao final de um período, você terá material para fazer um livro seu juntando o melhor da sua produção.

E aí? Bora colocar em prática?

Live sobre o ‘Deslocados’ no dia do quadrinho nacional

Participei de uma live com o pessoal muito legal do Yellow Talk Cast no dia do quadrinho nacional, falando sobre o Deslocados e sobre a minha “carreira” como quadrinista.

Quer sentir um pouco de vergonha alheia? Olha só o drama:

O pessoal do Yellow Talk tem um trabalho muito legal de divulgação e debate sobre os quadrinhos publicados no brasil, sejam eles feitos por brasileiros ou não.

Se não conhecia o canal deles, segue lá e acompanhe. Tem o site também, que é esse aqui.

Entrevista Alan Moore ‘Como escrever histórias em quadrinhos’

Entrevista com Alan Moore publicada originalmente em The Comics Journal #119 (Janeiro de 1988),#120 (Março de 1988) e #121 (Abril de 1988).

Essa entrevista é uma aula sobre roteiros de quadrinhos. Citei ela na live do Yellow Talk Cast, com a certeza de que era facilmente encontrada na internet. Mas pelo jeito não é tão fácil assim. Por isso estou disponibilizando ela aqui no site para todo mundo que curte quadrinhos e, principalmente, para quem escreve ou gostaria de escrever histórias.

É só clicar aqui no link.

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