Por que fazer histórias longas? Marcatti diz que o futuro dos quadrinhos brasileiros está nas obras autorais (vale a pena conhecer o seu trabalho e opinião). Lancaster também tem uma opinião parecida: para material de massa, a banca vai bem; para material menos popular, a livraria é o destino. Livro pequeno, livro grande, luxuoso ou símples: quadrinhos em livraria. Quem concorda com essa visão, está produzindo obras maiores, mais profundas e com maior liberdade criativa. É um caminho mais livre, ideal para quem não se enquadra nos moldes da indústria de quadrinhos de massa. Se, assim como eu, você não quer fazer histórias com heróis ou sagas com adolescentes de olhos grandes e porradaria, talvez o seu lugar seja a livraria.
Autor: Leonardo Pascoal
Quadrinhos na Flip
Confira no blogue dos gêmeos como foi a mesa de quadrinhos na Feira Literária Internacional de Paraty. Destaco esta entrevista do Fábio Moon: “Você tem que fazer quadrinhos porque você não consegue se imaginar fazendo outra coisa, pois todas as outras coisas relacionadas com desenho são mais fáceis que fazer quadrinhos. É uma profissão solitária que demora muito tempo, então você tem que gostar muito do que faz.” É o trabalho de Gabriel Bá e Fábio Moon que, juntamente com Mutarelli, tem aberto caminho para histórias em quadrinhos autorais nas livrarias. Espaço e reconhecimento hoje existe. Mas, se você quer ver sua história pronta, tem que pagar o preço: fazê-la.
Aprenda a publicar seu livro
Esse é o tema do curso a distância do apocalíptico José Roberto Pereira. Conheço seus trabalhos da finda Animax, lia e relia a pequena revista informativa. Na faculdade, tive a oportunidade de fazer o projeto gráfico do Mundos sem Sol, maluca incursão do cara na literatura. Para fechar com pompa, em julho em julho a Quanta fará várias oficinas com quadrinistas e ilustradores (farei uma, dos Gêmeos, que é imperdível). Fica a dica aos quadrinistas e escritores!
Antes de desenhar

(1) Tendo o roteiro em mãos, vou fazendo pequenos rascunhos das páginas (seria uma espécie de decoupagem da história, onde me preocupo com a distribuição do texto, número de quadrinhos por página e seus tamanhos, espaço para cenas importantes, mas sem me preocupar com o desenho em si). (2) Agora é a vez de cuidar do fluxo narrativo: o melhor lugar para cada elemento dentro do quadrinho, de modo a criar uma boa leitura, uso apenas pequenas manchas para representar personagens, cenários e palavras. (3) Faço uma série de estudos e desenhos de observação. (4) Tendo certeza do que vou desenhar e onde, é hora de pegar uma folha de canson e começar a desenhar a página de verdade.

Essa é a forma como tenho trabalhado. Já tentei resumir essas etapas a um símples thumbnail (como trabalham os Gêmeos), mas o resultado não ficou legal. Prefiro desmembrar o processo em três etapas mais soltas. Assim consigo pensar melhor a página. Acho que você deveria fazer o mesmo: não aceite uma método como um dogma, procure o jeito “errado” de fazer que funciona pra você.
Filmes de terror em São Paulo
Tem muito filme de terror foda na primeira edição do SP Terror que começa no dia 25 (Mangue Negro, Matadores de Vampiras Lésbicas, O jardim dos Enjeitados, Deadgirl etc). Já estou anotando em minha agenda os horários da sessões e separando a verba. Confira a programação aqui.
Testando um novo pincel

Um homem? Um pássaro? Não, só um rapaz feio. Fiz para testar um pincel novo que comprei: Winsor & Newton Series 7, número 2. Bem mais caro que os pincéis nacionais que costumava usar, mas muito bom. Se bem que esse caro é relativo ao que você compara: o que são R$ 65 em vista dos R$ 12 mil de uma Cintiq? Por hora prefiro continuar usando grafite, papel e tinta.
Polêmica da co-autoria em livros infantis

Acho que, assim como eu, você gosta de cinema, desenho animado, talvez teatro e, com certeza, histórias em quadrinhos.
Há algo que une essas linguagens totalmente díspares: a imagem (a fotografia, no cinema; o traço, no desenho animado e nos quadrinhos; e o gesto, no teatro). A imagem comunica muito: ela é específica, você vê e entende. Para ler um texto, você precisa ser alfabetizado, para ler uma imagem, basta olhar para ela.
Mesmo assim, vez ou outra não se dá o merecido valor a linguagem visual. Foi publicada uma nota na coluna “Gente Boa”, do caderno de cultura de O Globo, questionando a co-autoria do ilustrador nos livros infantis.
Desmerecer a linguagem visual é atitude no mínimo míope.
Thumbnail
Estou trabalhando nos rascunhos das páginas (também conhecidos como thumbnail). Nesta etapa que definimos o ritmo das páginas, o momento certo para cada cena, as transições de quadrinho para quadrinho e o tipo de enquadramento que queremos usar.
Roteiro pronto

(1) Caderninho, uma espécie de diário onde fui colocando idéias, fotos de referência, citações e pesquisas até chegar ao plot da história (2) Primeira versão do roteiro, feita em um editor de textos chamado celtx (3) Anotações das minhas impressões após a leitura da primeira versão, ou seja, um elenco de problemas a serem resolvidos (4) Após refletir sobre o que deveria sair, o que deveria ficar e o aquilo que faltava, fiz a coluna dorçal para a segunda versão (5) Reescrevi do zero a segunda versão, sem tentar remendar o texto da primeira, seguindo o fluxo do texto de forma mais orgânica e usando da primeira versão apenas aquilo que mais gostei, consultando apenas minha memória e impressões. Pronto, eis a versão final (feita em Word mesmo, sem frescura).
WordPress
Passei duas semanas adaptando o site para usar o wordpress. Em poucas palavras, isso significa que vou inserir conteúdo nas sessões gastando menos tempo que antes (usava o bom e velho html). Ou seja, estou otimizando aquilo que é repetitivo e braçal para ter mais tempo para os rabiscos. Vez ou outra procuro fazer uma relação de minhas atividades rotineiras. Depois procuro identificar aquelas que estão roubando o meu tempo. Tento eliminá-las ou, de alguma forma, reduzi-las. Assim consigo mais tempo para o que realmente é importante: os quadrinhos.