Voltando aos poucos…
Esses últimos 16 meses foram conturbados. Mudança de trabalho, construção, pandemia… muitas mudanças que resultaram em uma rotina puxada e pouco ou nenhum tempo para desenhar.
Não temos o luxo de viver de quadrinhos. Então é normal, vez ou outra, sermos sequestrados pela vida mundana.
Continuei treinando paisagem com carvão vegetal (tenho postado aqui), mas quase nada fiz em quadrinhos.
Acredito que aos poucos a vida vai voltando ao normal. Vou poder voltar às leituras e aos projetos em quadrinhos que estavam sobrestados.
Feliz que a Café Espacial 17 foi indicada para o HQMix e ansioso para ter de volta minha rotina, igualmente exaustiva, porém, criativa.
Espero que todos estejam bem, vivos, usando máscaras e álcool em gel.
Até!
Inteligível é indicado ao Troféu HQMIX de 2019
Saiu a lista de indicados ao 31º prêmio HQMIX, e este humilde espaço dedicado à publicação das histórias em quadrinhos que escrevo e desenho foi um dos selecionados na categoria “Web Quadrinhos”.
Estar entre nomes como José Aguiar, Mário Cézar e Orlandeli, é, por si só, é um grande prêmio. Gratidão aos membros da comissão julgadora pelo voto de confiança.
Obrigado também aos meus 5 fiéis leitores pelo apoio de sempre.
Agora sobra motivação para voltar à uma nova temporada de histórias curtas. Tão logo a vida volte um pouco aos eixos, claro!
Olhe para dentro e não para fora
Mercado editorial implodindo, institucionalização da intolerância, desemprego, calor da porra… Seja de qual janela você olhe, verá uma realidade nada animadora, talvez, enlouquecedora (a metáfora do filme Bird Box encaixa-se bem aqui).
Essa caldo social influencia seu experienciamento da vida.
Mas esse chorume em que vivemos deve apenas influenciar, e não determinar, quem nós somos. O que determina seu caminho, são em grande medida suas decisões e ações. Acredito que individualmente somos capazes de mudar nosso microcosmo.
Lembro-me das passagens de Papillon, livro de Henri Charrière, nas quais o condenado à prisão perpétua ficou em celas da solitária. O personagem seguia uma marcha ininterrupta, andando de um lado ao outro da cela, incansavelmente dia após dia. O ato de caminhar, mais que manter sua saúde física, possibilitava que a mente voasse em transe para além daquele cubículo escuro e úmido. Num ato de rebeldia, a imaginação transportava Papillon para fora da prisão. A pior prisão que o mundo já teve não foi capaz de aprisionar a mente de um homem obcecado pela liberdade.
PS.1: Estou finalmente desenhando a próxima história curta.
PS.2: Já tenho material para uma revista, mas não para um livro. Sei que é importante publicar algo impresso, mas sempre quando imagino a realização prática disso (gráficas, estoque, postagens, eventos) fico desmotivado.
PS.3: Acho que eu tenho comicconexperiencefobia.