Achei no celular alguns videozinhos que fiz do processo de desenho da ilustração pra capa do meu primeiro livrinho.
Séries
Atualizações, resgate e resistência
Sei que basicamente não há muita vida fora das redes sociais. Pra muita gente a internet se resume a twitter, instagram e youtube.
Mas ainda penso ser fundamental para um desenhista, quadrinista ou escritor ter um site próprio. É no site próprio onde de fato o conteúdo é seu e você tem controle total. É o porto seguro.
É também quase um ato de resistência ter um site: é remar contra a maré num dia com muito vento.
Então o site permanece. Pelo menos enquanto eu estiver vivo e puder pagar pelo domínio e hospedagem.
Dito isso, fica o registro de que finalmente tomei jeito e atualizei a seção públicações aqui do site inteligível. Lá estão as revistas, fanzines e (em breve) livros que publiquei ou nos quais colaborei. Para tanto, resgatei dos porões da casa dos meus pais meu primeiro fanzine: Kisama.
É da época que eu era apenas um jovenzinho que lia muito mangá:

Este fanzine foi fruto de muita persistência. Acho que é uma história que vale a pena contar no futuro aqui no site.
Também coloquei no ar uma loja para abrigar minhas publicações disponíveis para venda já pensando em estar preparado para quando o livrinho for lançado.
Por hoje é isso.
E você? Tem um site/blog? Se não, tome seu posto no local da resistência! 🙂
Meu primeiro álbum ainda este ano
Faz um tempo desde a última HQ que postei aqui no site. Mas é por um bom motivo: nesse interim estava preparando o que virá a ser o meu primeiro livrinho.
Foi todo um processo de seleção, revisão e ajuste nessas histórias: tive que redesenhar uma das HQs porque não tinha mais os arquivos em alta para impressão (pior que acabei encontrando depois de ter feito todo o trabalho), outra eu não gostava do final porém não gostaria de deixar ela de fora dessa seleção então refiz os diálogos e parte dos desenhos da última página, estes e outros pequenos ajustes foram necessários até que essas HQs tomassem sua forma definitiva.
Agora o livrinho está em boas mãos com alguns grandes amigos e parceiros de longa data no processo de revisão de textos e ajustes finais de diagramação e capa.
Se tudo der certo, o álbum ainda sai este ano.
Vou soltando mais informações e imagens aqui tão logo a caravana caminhe. Até!





Exposição no Rio Comicon 2010


Estava procurando uma foto minha no computador para colocar no formulário de inscrição da Bienal de Quadrinhos de Curitiva deste ano e me deparei com as fotos que registrei dos meus trabalhos expostos no Rio Comicon de 2010.
Acho tenho certeza de que esqueci de postar aqui no site essas fotos. Então fica aqui o registro um pouco atrasado.
Foi bem legal ter tido a oportunidade de participar dessa exposição ao lado de feras dos quais sou fã do trabalho, como Fábio Lyra, Rafael Sica, Kitagawa e Marcelo D’Salete. Vou ser sempre grato ao Tiago Lacerda me convidou pra essa esposição.
Comece pequeno
Se alguém me perguntasse hoje como começar a fazer quadrinhos, eu diria: faça histórias curtas.
Comece fazendo histórias de uma página. Faça umas 10! Quando estiver confortável com esse formato, passe para as histórias com duas páginas, depois três, e… você entendeu o lance.
Foi isso que fiz nos últimos anos.
E foi muito legal fazer isso. Porque se tudo de errado na história que você estiver fazendo: se o desenho estiver ruim, se a história não ficar lá grande coisa, é só tentar algo diferente na próxima. E bola pra frente.
Depois de um certo tempo, percebi que tinha um volume de histórias que seriam suficientes para organizar em algo parecido com um livro.
Nos últimos meses fiz uma seleção das histórias que mais gosto, e alguns ajustes: um final do qual eu não gostava, alguns desenhos que não ficaram do jeito que precisavam ser.
Ainda é cedo para dar mais detalhes sobre o projeto. Mas acredito que ainda esse ano essas histórias se materializarão em algo físico.
Conto em primeira mão aqui. Lógico!☺
Novamente. Se alguém me perguntasse como começar: “faça histórias curtas!”
Processos: arte final
Tenho compreendido que o que realmente importa em um desenho é a arte final.
Quando se trabalha com um lápis muito definido, o desenho em si já está pronto, sendo a arte final mera burocrática fase onde se copia um desenho pronto, com outro material.
Dessa forma, estou buscando cada vez mais definir menos no lápis e sim apenas insinuar as grandes massas, deixando o desenho propriamente dito para ser trabalhado na arte final.
Acredito que dessa forma o desenho final ganha mais vida, pois ele em sí é único.
Abaixo uma demosntração desse processo do primeiro quadrinho da nova história na qual estou trabalhando.



A procura de estilo um sintético
Nesta ótima entrevista do Ramon Vitral com o quadrinista norueguês Jason, o artista fala da busca por um estilo menos realista por, entre outras razões, demora em finalizar um trabalho mais convencional:
“O meu primeiro álbum foi desenhado com um estilo muito realista, mas não fiquei muito feliz com o resultado e demorou muito tempo pra finalizar, então passei a tentar outros estilos e os personagens antropomorfizados surgiram. Eles pareciam encaixar no tipo de histórias que eu queria contar: fábulas”
JASON
É notável no quadrinho autoral (ou todo aquele fora do mainstream das grandes editoras), uma certa tendência para o preto e branco e a estilos menos realistas.
São características tanto por opções estéticas, quanto porque é o que é viável ser feito, porque esses autores normalmente fazem todo o trabalho sozinho.
Sempre tive uma predileção ao estilo mais sintético. Mas também gosto de algum grau de realismo, sobretudo nos cenários. O que me tem levado a estudar mais os fundamentos do desenho, como a perspectiva, luz e sombra.
Nessa linha, gosto bastante do trabalho do Jaques Tardi e Taiyo Matsumoto.
O seu estilo acaba sendo algo entre tudo que nos influencia, nossas limitações técnicas e a eterna busca por experimentar.
Quero encontar um caminho que seja estilizado, mas que carregue um certo grau de realidade, sobretudo nos cenários, mas, assim como Jason, que ao mesmo tempo seja consiso e se encaixe no tipo de histórias que gosto de fazer.

Não quebre a corrente
Tenho me esforçado em desenhar nem que seja um traço todos os dias.
Dor de cabeça, dia cheio. Não importa, um traço pelo menos. Vou lá, ligo o computador, abro o arquivo da história que estou desenhando no velho manga studio ex, coloco uma trilha sonora e vou fazer o traço.
O objetivo é manter a fogueira sempre acesa.
Tenho percebido que mesmo em dias complicados, alguma coisa interessante fica no papel. E as vezes não é o desenho.
Desenhar é um músculo que precisa ser exercitado todos os dias, senão atrofia.
Se for esperar tudo estar perfeito para poder se dedicar a sua arte, esse dia nunca vai chegar.

Devolvendo
Estou acabando de ler o livro “50 Crônicas” de Lucimar Mutarelli. Linda obra. Me trouxe de volta ao início dos anos 2000, quando acompanhava blogues na época da internet movida à lenha (como o do Lourenço), e também à leitura do “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio” do Charles Bukowski.
Deu até vontade de manter um blog mais ativo, com postagens regulares, como fazia antes aqui mesmo neste espaço, quando ainda era um estudante universitário de vinte e poucos anos.
Léxico
Pão com manteiga. Marimbondo. Gamela. Desmaio. Mergulho. Velho barreiro. Ovo de lagartixa. Borracha de duas cores. Sangue. Copinho de bochecho. Escada vazada. Macuco. Bicho de pé. TV Semp Toshiba. Rambo. Penumbra. Pão sovado. Bicicleta vermelha. Atari 2600. Relógio do Paraguai. Videocassete mitsubishi. Ficha de locadora. Desegraph Trident 0.1. Akira na biblioteca. Mad Dog. Leite gelado no saquinho. Gianini. Praça da Sé. Pizza de frango com catupiry. Abraço. Banca de revistas. Banda cover. Calça larga. Cine São Luiz. Casa vazia. Óculos de grau. Man in the box. Japonesa. Senhor dos Anéis. Forsaken. Cheiro de tinta. Biblioteca. Casquinha de sorvete. O ‘x’ da questão. Computador emprestado. Zipmail. Alojamento. Praça do relógio. Surto. Copam. Itaquaquecetuba. Barraca emprestada. Estrada da aldeia. X-Crusp. Marmita dividida. TV de quatorze polegadas. Gibiteca Henfil. Resma. Inteligível. Caros Amigos. Abril. Negrito. Modelo vivo. Avenida Ceci. Baratos da Ribeiro. Fundação Carlos Chagas. Saúde. Brigadeiro. Colchão roubado. Terraço. Allstar. Suicídio. Sebo. Refluxo. Celta vermelho. Monte Rei. Avenida São Joaquim. Rodoviária. Pão de queijo. Tudão. Terno. Banri. Sapato social largo. Aspones. Bolor. Hospital do Rim. Uruguai. Tô na Heiniken. Pé de limão. Crawl, costas e peito. Triângulo de encostar. Coxinhas douradas. Carvão, lápis e nanquim. Salto grande. Cimento. Laje. Buraco. Recomeço.