Duas formas de escrever e um motivo para não desistir

Cheguei a algo como um terço da história nessa fase que é um híbrido de roteiro com o layout das páginas.

Meu processo tem sido basicamente escrever o texto que aparecem nos balões primeiro, e depois vem a fase de definindo imagens e ritmo no layout, cortando o excesso de texto e acrescentando onde se faz necessário. Essa é a forma com trabalhei a maior parte das histórias de Deslocados. Partir do texto e “adaptar” aos quadrinhos.

Em algumas páginas e sequências trabalhei de outra forma: texto e layout criados de uma só vez, como se estivesse criando uma charge, ou fazendo um trabalho quase de improviso. Essa é a forma como eu “escrevia” as tiras de Ato Revolucionário e Demônios.

É interessante a dinâmica de juntar essas duas formas de pensar quadrinhos.

Até agora eu estava trabalhando (reescrevendo) o início da narrativa. A partir desse ponto tenho quase pronto já algo como 10 páginas (seria como a primeira parte do meio da história). Essas páginas já no lápis, faltando a arte final. Elas precisam de alguns poucos ajustes, mas que em essência vão ficar como estão.

Gosto bastante do resultado dessas 10 páginas. Talvez a existência delas é que tenham me feito insistir nessa história ao invés de assumir mais uma derrota e partir para outro projeto.

Depois de ver Deslocados pronto, tive vontade de tentar escrever algo longo e que, de certa forma, trouxesse um pouco do meu traço mais estilizado. Não o traço das tirinhas, mais um meio termo, algo mais próximo às primeiras HQs desse meu primeiro livro.

Mas não vou me alongar nesse assunto. Esse é um bom tema para semana que vem.